O barulho da minha rua chega logo cedinho, com o caminhão do construtor que trabalha lá do outro lado... também tem os pássaros, dos quais não sei o nome, mas que se agrupam na grande árvore da esquina e ali revoam fazendo sons esquisitos, mas tão familiares e reconfortantes como a eterna xícara de café quente de todas as manhãs.
O som do carrinho do Seu Manoel era assim, com uma roda só ia cantando nos sulcos do asfalto judiado, enquanto o simpático condutor desfilava seu riso e voz dizendo: "Bom dia, vamos trabalhar!"e para mim bastava, era um sinal que estava tudo bem e já podia saudar meu dia, confiando na sua promessa,de que ele seria feliz.
Tudo junto me abraçava com um confortante sentimento de permanência e então suspirava aliviada e segura.
Um dia ouvi seu Manoel dizendo ao moço do correio sua idade: 93 anos e enquanto o moço enfezado reclamava do sol e dizia: "O senhor não acha que está na hora de parar?", ele alegremente respondia:
- De jeito nenhum, isto só acontecerá quando ele conseguir deter-me, sorria apontando o céu, porque eu sou muito teimoso!
Assim seu Manoel ia recolhendo reciclados, enchendo seu carrinho e aumentando a melodia chorosa de sua roda,enquanto limpava as casas, com toda a sorte de embalagens vazias.
Ultimamente não tenho mais ouvido sua voz... nem o som do seu carrinho que tanto embalou meus dias ... coragem me falta para perguntar o seu silêncio, então eu que gosto muito de rezar, fico pedindo a Deus uma nuvem bem grande e macia, que tenha um perfume suave de eterna amizade para embalar seu corpo cansado... também uma estrela, a mais bonita, para encantar seus olhos ... e se ele puder ouvir meu coração e escutar a sua voz saberá, que para mim, sua vida na rotina de meus dias foi um lindo presente e que nesta imensa família humana, para mim, ele foi um ponto de luz.
O som do carrinho do Seu Manoel era assim, com uma roda só ia cantando nos sulcos do asfalto judiado, enquanto o simpático condutor desfilava seu riso e voz dizendo: "Bom dia, vamos trabalhar!"e para mim bastava, era um sinal que estava tudo bem e já podia saudar meu dia, confiando na sua promessa,de que ele seria feliz.
Tudo junto me abraçava com um confortante sentimento de permanência e então suspirava aliviada e segura.
Um dia ouvi seu Manoel dizendo ao moço do correio sua idade: 93 anos e enquanto o moço enfezado reclamava do sol e dizia: "O senhor não acha que está na hora de parar?", ele alegremente respondia:
- De jeito nenhum, isto só acontecerá quando ele conseguir deter-me, sorria apontando o céu, porque eu sou muito teimoso!
Assim seu Manoel ia recolhendo reciclados, enchendo seu carrinho e aumentando a melodia chorosa de sua roda,enquanto limpava as casas, com toda a sorte de embalagens vazias.
Ultimamente não tenho mais ouvido sua voz... nem o som do seu carrinho que tanto embalou meus dias ... coragem me falta para perguntar o seu silêncio, então eu que gosto muito de rezar, fico pedindo a Deus uma nuvem bem grande e macia, que tenha um perfume suave de eterna amizade para embalar seu corpo cansado... também uma estrela, a mais bonita, para encantar seus olhos ... e se ele puder ouvir meu coração e escutar a sua voz saberá, que para mim, sua vida na rotina de meus dias foi um lindo presente e que nesta imensa família humana, para mim, ele foi um ponto de luz.
Ai mãe, eu choro.... Q Deus o abençoe sempre...
ResponderExcluirEssas lembranças me faz sentir cada vez mais saudades de vcs e da sua, sempre minha casa...aiaiai que aperto no coração.
Bjs
Dega
Oi Sonia..
ResponderExcluirEu também fiquei emocionada.. nem sempre fazemos como você, e nem prestamos atenção às pessoas que estão presentes na nossa rotina e são verdadeiros pontos de luz em nosso caminho.
Obrigada mais uma vez pelas palavras!
Beijinhos verdes..